O que é e como usar o Lossless Scaling para melhorar seus jogos

Você já imaginou transformar um jogo com gráficos meio travados em uma experiência visual fluida, sem precisar trocar sua placa de vídeo? Parece mágica, não é? Pois é exatamente isso que o programa Lossless Scaling promete fazer. Se você quer entender como funciona e como usar essa ferramenta para melhorar seus jogos, veio ao lugar certo. Vamos conversar sobre isso de forma simples, prática e mais aprofundada, trazendo dicas, exemplos e cuidados para extrair o máximo do seu hardware!

CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

1/11/20258 min ler

a duckling is shown in a video game
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O que é o Lossless Scaling?

O Lossless Scaling é um software desenvolvido para melhorar a experiência visual dos jogos no PC. Ele utiliza técnicas de upscaling (ampliação de resolução) e geração de quadros para transformar imagens borradas ou com baixa taxa de quadros por segundo (FPS) em algo bem mais fluido e bonito de se ver.

O grande diferencial é que isso ocorre sem exigir absurdamente do seu computador. Funciona como um processo “pós-renderização”: o software pega a imagem já pronta do jogo e, em tempo real, aplica diversos recursos para deixá-la mais nítida e suave.

Principais características

  • Flexibilidade: compatível com uma ampla gama de jogos, do indie ao AAA, sem exigir configurações complicadas.

  • Leveza: não precisa de um supercomputador; até PCs de entrada podem se beneficiar.

  • Funcionalidade dupla: capaz de escalonar a resolução e gerar quadros intermediários para aumentar o FPS aparente.

  • Preço acessível: disponível na Steam por um valor relativamente baixo (em torno de R$ 16).

É importante ressaltar que, embora o Lossless Scaling seja muito útil, ele não faz milagres. Para jogos pesados e modernos, que já usam DLSS ou FSR, o ganho pode não ser tão significativo. Ainda assim, é uma ferramenta muito interessante para quem não tem acesso às GPUs mais avançadas ou quer dar vida nova a jogos mais antigos.

Como o Lossless Scaling funciona?

A tecnologia por trás do Lossless Scaling pode ser dividida em duas partes principais:

  1. Upscaling (Escalonamento de resolução)
    Se o jogo estiver rodando, por exemplo, em 900p, o Lossless Scaling pega essa imagem e a “estica” para 1080p, 1440p ou até 4K. Isso difere de apenas colocar o jogo numa resolução maior dentro do menu de configurações: o software utiliza algoritmos de nitidez e técnicas de pós-processamento para reduzir o aspecto borrado que aparece quando “escalonamos” pixels. Em outras palavras, ele “adivinha” os melhores pontos para manter nitidez e detalhes, resultando em uma qualidade visual superior.

  2. Geração de quadros (Frame Generation)
    Imagine que seu jogo está travado em 30 FPS. O Lossless Scaling pode dobrar ou até triplicar esse número, criando quadros intermediários. Embora tecnologias como DLSS 3 (NVIDIA) e FSR 3 (AMD) trabalhem diretamente com informações internas do jogo, o Lossless Scaling faz isso como um “pós-processo”, ou seja, a imagem já está pronta e então ele tenta prever o movimento e inserir novos quadros entre eles.

    • Aprendizado de máquina: Ele recorre a modelos de inteligência artificial que analisam as imagens (frame a frame) para prever movimentações e suavizar transições.

    • Vantagem da compatibilidade universal: Como funciona em pós-processamento, não depende de o desenvolvedor do jogo ativar ou implementar APIs específicas. Funciona com títulos antigos ou recentes, contanto que rodem em modo janela ou janela sem bordas.

Limitações dessa abordagem

Por não ter acesso a informações como vetores de movimento (algo disponível em soluções como DLSS ou FSR), o Lossless Scaling precisa “adivinhar” o que está acontecendo na tela, em tempo real. Isso pode gerar alguns erros ou artefatos visuais, especialmente em situações com partículas, sombras complexas e movimentos muito rápidos.

Ainda assim, o resultado costuma ser muito satisfatório na maioria dos jogos single player ou mais antigos, o que faz o Lossless Scaling se destacar como solução barata e acessível.

Quando usar o Lossless Scaling?

  1. Jogos antigos: Especialmente aqueles bloqueados em 30 ou 60 FPS, como a versão clássica de Resident Evil 4 ou Dark Souls. Você pode facilmente dobrar ou até triplicar a fluidez.

  2. PCs de entrada: Quem tem uma GPU mais modesta pode rodar o jogo em uma resolução menor (para ter mais FPS) e usar o Lossless Scaling para deixá-lo mais bonito na tela.

  3. Jogos para um jogador (single player): A latência extra criada pela interpolação de quadros não costuma ser um problema em jogos offline, de aventura ou narrativa.

  4. Monitores 4K ou ultrawide: Ótimo para quem tem monitor de alta resolução, mas não quer sobrecarregar a placa de vídeo. Você roda o jogo em resoluções menores e o Lossless Scaling cuida de manter a nitidez.

Por outro lado, em jogos competitivos, o aumento de latência e possíveis artefatos visuais podem atrapalhar. Um input lag adicional de 30~50 ms (dependendo do modo selecionado) pode fazer a diferença em títulos como CS:GO, Valorant ou outros shooters competitivos.

Onde baixar e instalar

O Lossless Scaling está disponível na Steam por um valor acessível, geralmente em torno de R$ 16, e o download tem menos de 5 MB. Após a compra e instalação, basta abrir o software e deixá-lo rodando em segundo plano enquanto você joga.

Você também encontra algumas versões de teste e demos em fóruns especializados, mas a forma mais simples e confiável é realmente adquirir a licença pela Steam e ter acesso às atualizações automáticas.

Como usar o Lossless Scaling no seu PC

1. Configuração inicial

  1. Abra o programa assim que instalado.

  2. Defina uma tecla de atalho: escolha a combinação que ativará a captura de tela pelo Lossless Scaling, como Ctrl + Alt + L ou outra que não conflite com comandos do jogo.

  3. Selecione a GPU: caso tenha GPU dedicada (NVIDIA ou AMD) e GPU integrada (Intel, por exemplo), garanta que o Lossless Scaling use a dedicada, para evitar queda de desempenho.

2. Escolha do modo de uso

O Lossless Scaling traz três funcionalidades-chave:

  1. Escalamento (Upscaling)

    • Objetivo: Aumentar a resolução do jogo sem sobrecarregar demais a GPU.

    • Uso comum: Quando você quer um visual mais nítido em telas grandes, mas seu PC não aguenta a resolução nativa.

  2. Geração de quadros (Frame Generation)

    • Objetivo: Aumentar a taxa de quadros do jogo.

    • Modos comuns:

      • 2x: Dobra o FPS (30 para 60, 40 para 80, etc.)

      • 3x: Triplica o FPS (30 para 90, 40 para 120, etc.)

    • Uso comum: Deixar o gameplay mais fluido, especialmente em jogos “travados” em 30 ou 60 FPS.

  3. Combinação de escalamento + geração de quadros

    • Objetivo: Equilibrar entre visual nítido e alto FPS.

    • Exemplo: Configurar o jogo para rodar em 900p (em vez de 1080p), liberar mais performance e, simultaneamente, aplicar a interpolação de quadros para chegar a 60 ou 90 FPS aparentes.

3. Ajustes avançados

O Lossless Scaling conta com configurações extras para quem quer afinar ainda mais os resultados:

  • Nitidez (Sharpness): Ajusta o quanto o software vai realçar os contornos e detalhes. Mantenha em torno de 30~50% para um equilíbrio entre visual limpo e ausência de artefatos.

  • Sincronização vertical (V-Sync): Ajuda a eliminar efeitos de “screen tearing” (quebra de imagem), mas pode adicionar latência. Avalie se vale a pena em seu caso.

  • Redução de latência: Para minimizar o atraso de entrada, habilite essa opção, mas lembre-se de que a geração de quadros sempre adicionará algum atraso inevitável.

  • Limite de FPS: Em alguns jogos, limitar os FPS base (por exemplo, 30 ou 40) pode ajudar o Lossless Scaling a trabalhar melhor na interpolação.

4. Novidades nas atualizações recentes

  • Geração de quadros até 20x: Se você tiver um PC muito potente, é possível chegar a taxas de FPS absurdas. Embora seja mais uma demonstração do que a tecnologia pode fazer, não é prático em grande parte dos PCs, pois pode gerar artefatos.

  • Otimização de performance: Modos mais “baixos”, como 2x e 3x, estão mais leves, consumindo menos recursos da placa de vídeo.

  • Redução de artefatos visuais: Melhorias no algoritmo de IA ajudaram a eliminar contornos borrados e sombras piscantes em modos mais altos.

  • Correções no HUD: Muitos jogos apresentavam distorções na interface, como barras de vida, cursores e ícones piscando. Atualizações recentes reduziram bastante esse problema.

Exemplos de uso prático

  1. Resident Evil 4 (clássico de 2005)

    • Rodando nativamente a 30 FPS, você pode aplicar o modo 2x para chegar a 60 FPS aparentes. Isso transforma a fluidez do jogo, tornando os movimentos do Leon muito mais suaves.

  2. Dark Souls: Prepare to Die Edition

    • Também bloqueado a 30 FPS em algumas configurações iniciais, pode ir para 60 ou até 90 FPS, facilitando rolagens e combates mais responsivos.

  3. Skyrim (versão clássica)

    • Embora seja compatível com mods de maior taxa de quadros, usar o Lossless Scaling é simples, não exige mexer em arquivos .ini e você já vê resultado instantâneo.

  4. Jogos Indies

    • Títulos menos pesados (como Hollow Knight ou Stardew Valley) podem ter a resolução escalada para ficar mais nítidos em monitores Full HD ou 4K, com recursos mínimos de hardware.

Erros e limitações comuns

  1. Artefatos visuais

    • Contornos borrados: Quanto maior o multiplicador de frames, maior a chance de ver “fantasmas” ou bordas desfocadas.

    • Sombras e partículas piscando: Coisas como fumaça, faíscas, poeira, podem aparecer duplicadas ou fora do lugar.

    • “Efeito bolha” nas bordas da tela: Ao mover a câmera rapidamente, pode-se notar um halo distorcido nas extremidades.

  2. Latência de entrada (Input Lag)

    • Jogos competitivos: A geração de quadros pode adicionar até 50 ms de atraso. Em títulos como CS:GO, isso pode ser a diferença entre ganhar ou perder um “tiro na cabeça” (headshot).

  3. Configuração inadequada

    • FPS inconsistentes: Se o jogo estiver variando muito a taxa de quadros (por exemplo, 25~45 FPS), a interpolação pode ficar instável, gerando microtravadas.

    • Distorção no HUD: Elementos como barras de vida, mapas e cursores de mouse podem ficar “esticados” ou deslocados em certos modos.

  4. Demanda de GPU em modos altos

    • Modos como 20x são extremamente exigentes e podem sobrecarregar mesmo uma GPU top de linha, resultando em quedas de desempenho e mais artefatos.

Dicas para obter o melhor resultado

  1. Escolha a resolução certa

    • Se seu monitor é 1080p, experimente rodar o jogo em 900p ou 720p e depois usar o Lossless Scaling. Isso pode liberar bastante desempenho da GPU.

  2. Use monitores de alta taxa de atualização

    • Para perceber de fato a diferença entre 60 FPS, 120 FPS ou 180 FPS, um monitor de pelo menos 120 Hz é fundamental. Caso contrário, você não vai notar plenamente a fluidez extra.

  3. Limite o FPS base

    • Jogar com FPS desbloqueado pode gerar artefatos. Limite a taxa de quadros para a metade (30, 40 ou 60) da taxa de atualização do monitor, dependendo do seu objetivo.

  4. Experimente modos personalizados

    • A regulagem da nitidez pode fazer diferença grande no visual e no consumo de performance. Teste vários níveis até encontrar o ponto ideal.

  5. Combine com RTSS ou outro limitador

    • Ferramentas como o RivaTuner Statistics Server (RTSS) podem ajudar a gerenciar as taxas de quadros de modo mais preciso, facilitando o trabalho do Lossless Scaling.

Benefícios e limitações

Benefícios

  • Acessibilidade: Funciona com praticamente qualquer jogo em modo janela ou janela sem bordas.

  • Custo-benefício: Em vez de comprar uma nova GPU, basta investir em um software que custa muito menos.

  • Melhora em jogos antigos: Renova títulos clássicos que ficavam presos a 30 ou 60 FPS, tornando-os incrivelmente mais fluidos.

  • Customização total: Cada usuário pode ajustar o programa conforme suas preferências de qualidade e desempenho.

Limitações

  • Aumento de latência: Em jogos competitivos, pode ser um problema sério.

  • Artefatos visuais: O “chute” que a IA dá na hora de interpolar quadros nem sempre é perfeito.

  • Alta demanda da GPU: Modos de multiplicador elevado (4x, 5x, 20x) podem exigir muito do seu hardware.

  • Compatível apenas em modo janela: A maioria dos jogos precisa estar em modo janela ou sem bordas para o Lossless Scaling funcionar corretamente.

Perguntas frequentes (FAQ)

  1. Funciona em jogos exclusivos da Epic Games, Origin, etc.?

    • Sim, desde que o jogo possa rodar em modo janela ou janela sem bordas, não importa a loja.

  2. Posso usar em emuladores?

    • Em muitos casos, sim. Se o emulador estiver em modo janela, o Lossless Scaling deve funcionar, embora existam peculiaridades dependendo do emulador.

  3. Dá ban em jogos online?

    • Em geral, não é detectado como trapaça, pois não interfere na jogabilidade ou envia pacotes de rede alterados. Porém, é sempre bom verificar os termos de uso do jogo.

  4. Preciso de uma placa de vídeo específica?

    • Não é obrigatório ter uma GPU da NVIDIA ou AMD moderna. Placas mais antigas também podem se beneficiar, desde que consigam rodar o jogo e o software.

Conclusão

O Lossless Scaling é uma excelente opção para quem deseja melhorar a fluidez e a qualidade visual de jogos no PC sem precisar desembolsar uma fortuna em uma nova placa de vídeo. Ele brilha principalmente em títulos mais antigos ou para quem tem hardware de entrada, possibilitando taxas de quadros mais altas e resoluções aparente mais elevadas.

No entanto, é essencial estar ciente de suas limitações. Os artefatos visuais podem se tornar incômodos em configurações extremas, e o atraso de entrada não o torna a melhor escolha para competições online acirradas. Ainda assim, para quem joga de maneira casual ou quer reviver clássicos de maneira mais suave e bonita, o Lossless Scaling é praticamente uma poção mágica do mundo gamer.

Se você curtiu essas dicas, compartilhe com seus amigos e conte pra gente: qual jogo você gostaria de experimentar com o Lossless Scaling? Deixe seu comentário e vamos continuar essa conversa!

Link Lossless Scaling:

https://store.steampowered.com/app/993090/Lossless_Scaling/